quinta-feira, 27 de setembro de 2012



SE AS COISAS AINDA NÃO DERAM CERTO, 

É PORQUE AINDA NÃO É O FIM...

POIS NÃO PODEMOS MUDAR O PASSADO,  MAS O FUTURO 

SÓ DEPENDE DE NÓS!!! PLANTE O BEM!!! 

VIVA E  PRATIQUE A PALAVRA DE DEUS!!! 

E MARAVILHAS VÃO ACONTECER!!!

Meditando em equipe

Setembro foi escolhido para ser o Mês da Bíblia por conta de São Jerônimo, cuja festa fecha o dito mês: dia 30. Conhecido como “príncipe dos tradutores” e nosso exegeta maior, Jerônimo alia a uma enorme cultura literária uma também enorme sensibilidade espiritual, além da humana qualidade de ser uma alma apaixonada, excessiva tanto nos seus ódios como nos seus amores, capaz de levar a termo qualquer projeto empreendido.
O papa Dâmaso I, que o tinha como secretário, encarregou-o de traduzir a Sagrada Escritura a partir dos textos originais, de modo a fornecer uma leitura acessível aos fiéis nas assembleias litúrgicas. Nesse trabalho, que durou cerca de vinte e cinco anos, São Jerônimo derramou o seu talento, doando à Igreja um tesouro inestimável. Sua Bíblia, denominada Vulgata, apresenta-se até hoje como o texto oficial, garantido pela autoridade da Igreja.

Escuta da Palavra em 2Tm 3,10-4,5

Sugestões para a meditação:
  • Comente a utilidade da Bíblia a partir do v. 3,16
  • Traga para a realidade de hoje este inciso de Paulo: “tu sabes de quem o aprendeste” (v. 3,14; cf. 1Tm 1,5.13).
  • Você se encaixa nos quadros do v. 4,2?
  • Você concorda com o que Paulo afirma no v. 3,12?
Frei Geraldo de Araújo Lima, O.Carm.

Oração Litúrgica


“Apego-me aos teus testemunhos, Javé não me deixes envergonhado. 
Corro no caminho dos teus mandamentos, pois tu alargas o meu coração. 
Indica-me, Javé, o caminho dos teus estatutos, eu quero guardá-lo como recompensa. 
Faze-me entender e guardar tua lei, para observá-la de todo o coração. 
Guia-me no caminho dos teus mandamentos, pois nele está meu prazer. 
Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para o proveito. 
Evita que meus olhos vejam o que é inútil, dá-me vida com tua palavra. 
Confirma tua promessa ao teu servo, para que sejas temido. 
Desvia de mim o ultraje que eu temo, pois tuas normas são boas. 
Eis que eu desejo teus preceitos, dá-me vida pela tua justiça” (Sl 119,31-40).




Convite a um amor maior


Convidamos os equipistas de todo o Brasil a RENOVAREM suas inscrições como 
Membros da Associação dos Amigos do Pe. Caffarel em adesão à causa de sua beatificação. Também convidamos os que ainda não são colaboradores da
Associação dos Amigos do Pe. Caffarel a que o sejam.
Essa é uma maneira de dizer como somos gratos pelo Movimento
das Equipes de Nossa Senhora e que acreditamos que a sua criação foi uma Obra
 inspirada por Deus e assumida pelo Pe. Caffarel que, durante muito tempo, 
dedicou grande parte de sua vida a esta causa.
Acreditamos na generosidade de todos vocês e no compromisso que
 cada equipista tem com o nosso Movimento.
Esperamos uma resposta positiva e urgente. Veja como fazer sua
 renovação ou uma nova inscrição, utilizando o quadro abaixo.
Sempre unidos em oração.


Cida e Raimundo
CR Super-Região 

Submissão de homem livre 

Durante as férias, por uma manhã de julho último. Uma chuva fina e persistente retinha-me prisioneiro no meu quarto. O carteiro bate e entrega-me a correspondência... Não me recordo mais das cartas recebidas naquele dia; mas nunca esquecerei o transtorno que senti ao ler uma circular anunciando a ruptura com a Igreja de um sacerdote e de alguns leigos que eu conhecia muito bem: “Impossível obedecer ao mesmo tempo aos imperativos de Roma e às inspirações do Espírito Santo”, escreviam eles em essência,
 “É preciso escolher, e nós escolhemos...”
Foi nesse dia que resolvi endereçar-vos este bilhete.
Nós, sacerdotes, vos alertamos muitas vezes sobre os perigos que a carne e o dinheiro vos fazem correr. Mas não haverá descuido excessivo de nossa parte em deixar de vos colocar em guarda contra certo espírito de independência? Não me refiro ao desejo muito legitimo de melhor compreender a fim de melhor obedecer, mas a essa tendência em criticar e discutir os ensinamentos e as decisões da Igreja: quer se trate de moral social ou de moral conjugal, quer se trate da condenação da Ação Francesa ou da condenação do Comunismo, da definição do Dogma da Assunção... Espírito de independência mais sutil ainda que nos leve a escolher entre as verdades: somos atraídos pela Ressurreição, mas deixamos de lado a Paixão; dedicamo nos à caridade, mas recusamos a lei da abnegação; meditamos o discurso após a Ceia, mas esquecemos o Sermão da Montanha; ouvimos de boa vontade falar sobre o céu, mas acolhemos com um sorriso de 
ceticismo o pregador que faz alusão ao inferno.
Se o amor de Deus e da Igreja fosse profundo, cedo desapareceria este espírito de independência. Pois que o amor aspira à submissão, submissão ativa - que é oferta de si mesmo. Ser submisso a Deus e à Igreja, não é assumir uma atitude de escravo, mas sim esposar os pensamentos e as Vontades de Deus e da Igreja; ser submisso, é estar ligado - no sentido da ligação entre o ramo e o tronco. Então a graça circula
 e os frutos são abundantes e saborosos.
A fim de chegar a esta submissão profunda, é preciso, pois, amar, pois que é o amor que gera a submissão. Não é dos serviços de menor valia, aquele que vos é prestado pelas Equipes de Nossa Senhora, qual seja o de vos auxiliar no aprendizado da submissão, ao vos pedir de adotar voluntariamente uma Regra, de fazer apelo ao controle fraternal entre membros de uma mesma equipe, de lhes declarar as vossas omissões às regras do jogo.
Eu acho que, por vezes, há de vossa parte falta de altivez. São por demais numerosos aqueles que se vangloriam em desobedecer. Porque não haveria então cristãos que se orgulhariam em se exercitarem à submissão?

Henri Caffarel
(1) Carta Mensal de março de 1952. Trechos do Editorial do Pe. Henri Caffarel 

Como ousas? 

Ao ler a passagem do Evangelho que apresenta Jesus ouvindo e interrogando os doutores (Lc 2, 46), pode-se imaginar esse diálogo: “Somos sacerdotes, a quem cabe ensinar as regras da Lei. Não tens idade para saber estas coisas. Quem pensas que és? Como ousas nos questionar?” E o pequeno responde: “Desculpe-me, senhor, sou apenas um menino chamado Jesus.” E, depois disto, prosseguiu com suas perguntas instigantes,
 palavras inesperadas, desacomodando e encantando a todos com sua 
inquietante sabedoria (Lc 2,47).
Um conselheiro espiritual mineiro nos diz que para entender um texto é preciso conhecer o seu contexto. Pois bem: na época de Jesus, o sistema cultural da sociedade judaica tinha mais de 600 regras de comportamento com preceito moral no Antigo Testamento.
 Podia um menino de 12 anos conhecer todas elas?
Eram mesmo muitas regras: não pode fazer isto, não pode fazer aquilo, tem que fazer desse jeito, tem que fazer tal coisa. Quem descumpria, ficava mal com Deus. Podia ser punido ou excluído da comunidade do povo de Deus. E os sacerdotes estavam ali, 
apontando tudo que o sistema judaico não permitia.
Desde menino, Jesus ousou questionar os limites e preceitos impostos pela lei judaica. Era como se Jesus dissesse àquele povo: Vocês pensam que Deus é bobo? Que basta seguir essas regrinhas para ir para o céu? O que Deus realmente deseja é que 
vocês aprendam verdadeiramente a Amar.
Anos mais tarde, os sacerdotes diziam: Não podes curar no sábado. O sistema não permite! Como ousas? Mas, para Jesus, as pessoas valem mais do que as 
regras da Lei e, por isto, continuou a curar nos sábados.
Nos anos 30, a sociedade vivia com seus próprios preceitos de santidade cristã: pode, não pode e tem que. Faltava muito para o Concílio Vaticano II. O padre rezava em latim, de costas. Homens e mulheres assistiam à missa, separados. Valorizava-se o celibato. A família era remédio para a concupiscência. No meio disso, quatro casais vão até um sacerdote franzino e dizem: queremos ser santos, mas em casal! Bem que ele podia ter dito: Como ousam querer isto? O sistema não permite! Para nossa sorte, o Padre Caffarel preferiu o caminho de “ousar juntos o evangelho”. Não impôs uma lei. Propôs um caminho com base em atitudes, exigências, esforço e vida em comunidade. Um desafio, um carisma. Pode-se imaginar quantas vezes, nas décadas seguintes, o Padre Caffarel deve ter ouvido: 
Retiro em casal? Como ousas?
O Concílio Vaticano II chega aos 50 anos. O mundo vive um sistema sociocultural multirreligioso, globalizado com rincões nacionalistas, equilibrando-se entre regras compartilhadas e a própria ausência de regras. Computadores, ligados na internet, oferecem agilidade de acesso a uma ilimitada fonte de conhecimento em contraposição ao medo de muitos por ter que interagir com toda essa tecnologia. A máquina parece ser mais importante do que as pessoas. Para muita gente, dizer que “o sistema não permite” virou a desculpa para deixar de fazer algo que não sabe ou que não quer fazer.
Para alguns, o mundo mudou rápido e até enlouqueceu. Naturalmente, dúvidas surgem e apontam os desafios. Como viver os valores cristãos, nesse mundo? Como tornar realidade a riqueza da Familiaris Consortio tendo à nossa volta relações familiares com modelos tão diferentes? Alguns documentos da Igreja precisariam ser atualizados? É claro que sim, responde nosso SCE, só não podemos agir como meros expectadores. Temos que ser verdadeiros protagonistas.
No meio desse turbilhão, o XI Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora nos chama a “ousar o evangelho”, aqui e agora, com ações e palavras, onde estivermos inseridos. Nossa ação cotidiana deve ajudar a revelar que a felicidade conjugal é possível. Sem fingimentos, nossa espiritualidade de casal deve ser suficiente para transmitir a ousadia dos valores cristãos a todos os que nos cercam.
Vivenciar os PCE e as atitudes de vida de “cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus”, de “desenvolver a capacidade para viver a verdade” e de “aumentar a nossa capacidade de encontro e comunhão” devem ser, cada vez mais, a força que sustenta o equipista e o leva à fantástica opção de “ousar o evangelho”.
Ousemos enfrentar nossos medos. Ousemos pensar que as pessoas valem mais do que máquinas e sistemas. Ousemos, a cada situação, perguntar a nós mesmos: O que Jesus faria se estivesse no meu lugar? O Espírito Santo há de nos inspirar como agir e nos ajudará a diferenciar o que é essencial do que é acidental, o que é mérito do que é circunstancial, o que é verdade daquilo que é somente aparência. Agindo assim, saberemos como e onde “ousar o evangelho”.
Deus ajude para que, em um dia não muito distante, o mundo possa questionar a cada casal equipista: Como ousas viver feliz, em casal e em família, o Evangelho?


Casais e SCE 
Eq.37A - N. S. de Guadalupe 
Brasília-DF





Parábola do bom samaritano

Interpretação de Santo Agostinho


A Patrística utilizava a alegoria, na leitura das parábolas, compreendendo aquelas
sobre o Reino de Deus, como parábolas sobre o próprio Jesus Cristo.
Santo Agostinho foi o personagem mais importante dessa Escola teológico-filosófica. É dele a interpretação que ora apresentamos, a fim de saborearmos em sua profundidade 
e preciosidade. Sua compreensão é magnífica!
Neste ano, nós das Equipes de Nossa Senhora, estamos vivenciando, como Tema de Estudo “O bom Samaritano”. Nada mais importante para nós que ruminar
esta pérola interpretativa, como abaixo a descrevemos:
O infeliz espoliado e deixado, quase morto, à beira da estrada é Adão (todos nós seus descendentes); os violentadores são o diabo e seus anjos; o sacerdote judeu e o levita significam que o Antigo Testamento - não salva; o samaritano é o próprio Cristo (que socorre cura e salva); o óleo e o vinho são as nossas boas obras e as nossas esperanças; o camelo e a montaria é a natureza humana do Cristo (sempre solidária a nossa natureza); o albergue é a Igreja de Cristo (sempre acolhedora); os dois denários significam os
 preceitos de amor a Deus e de amor ao próximo.
Façamos o mesmo, imitando o Cristo.


Contribuição de
Lourdinha e Falcão
Eq.02B - N. S. da Saúde
Recife-PE

Nossa Senhora das Equipes


A Santa Mãe Igreja confia à proteção de Maria os casais do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Assim surge em todos nós uma pergunta, quem é esta a quem somos confiados? Quem é esta mulher? E nos vem a resposta, é Maria, a Mãe de Deus. Ela não é um mito, mas uma verdadeira mulher, com uma história pessoal, mesmo se do Novo Testamento possamos tirar somente alguns traços sobre sua pessoa. Dali não se pode tirar propriamente uma biografia. Ela mora em Nazaré, cidade da Galileia sem nenhuma importância (cf. Jo 1,46). Pertence a um ambiente popular; torna-se esposa de um carpinteiro chamado José, inserindo-se assim no clã de Davi. Participa ativamente dos fatos da vida de seu povo: visita uma parenta idosa chamada Isabel, parte em peregrinação a Jerusalém quando Jesus tinha 12 anos, participa de uma festa de casamento em Caná. Sabe escutar e refletir, mas também sabe falar e tomar decisões corajosas. Contempla as maravilhas de Deus e espera d’Ele justiça para os oprimidos, segundo a espiritualidade dos pobres de Iahweh. Procura compreender os projetos de Deus, pronta a colocar-se à disposição como humilde “serva do Senhor” (Lc 1,38): aliás, este é o único título que se lhe atribui. Custa a entender seu filho Jesus; segue-o com cuidado materno e com fé heróica; compartilha com Ele a pobreza de Belém, o exílio do Egito, a quietude escondida em Nazaré, a angústia do Calvário. Finalmente, em Jerusalém, está no núcleo inicial da comunidade cristã, em oração para invocar a vinda do Espírito Santo.
Maria está presente nos momentos decisivos: Natal, Páscoa e Pentecostes; são os momentos que marcam respectivamente o início, a realização e a comunicação da salvação. Enquanto seu filho é a imagem pessoal de Deus salvador, Ela é o modelo da humanidade salva: uma de nós, mas redimida e associada a Ele de modo totalmente singular. Nela a Igreja encontra a sua primeira e mais perfeita realização “na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo” (LG 63). Não é sem motivo que o evangelho de Lucas a apresenta como a nova Jerusalém (cf. Lc 1,28-30 ); o evangelho de João a indica como a mulher-símbolo de Israel (cf. Jo 2,4; 19,26); o Apocalipse a coloca junto ao povo de Deus como a figura da mulher vestida de sol, que gera o Messias e é assaltada pelo dragão no deserto (cf. Ap 12,1-17).
Maria está no centro da Igreja como num perene Pentecostes. Nela se concentram os dons de Deus: a presença do Espírito, a beleza interior da santidade, a glória celeste, a cooperação na missão salvífica de Cristo. Em Maria o mistério da Igreja resplandece com luz puríssima. Ela não é um mito; ao contrário, é um modelo concreto de vida cristã.
Confiemos a Maria, Rainha das Famílias, nosso Movimento, que ela nos proteja, nos abençoe e constantemente interceda por nós.


Pe. Leandro Miguel Chiarello
SCE Região RSI
Porto Alegre-RS

Bíblia, mensagem de Deus para nosso tempo

Em um mundo com pressa, em que as mudanças se processam de maneira tão rápida, o barulho e os conflitos permeiam nossos dias, somos chamados como homens e mulheres de fé, a escutar as mensagens de Deus nas Sagradas Escrituras.
Para o nosso tempo Deus tem uma mensagem. Esta mensagem, que foi proclamada em tempos e etapas diferentes da história, hoje nos convoca a sermos ouvintes.
O mês de setembro, como mês da Bíblia, nos oferece a oportunidade para conhecê-la mais.
Bem-vindo, mês de setembro, mês da pátria brasileira, mês da primavera, mês da Bíblia.
Este mês nos faz mergulhar num tempo que pede maior atenção à palavra de Deus. Milhões de pessoas, de fato, já encontraram nela um sentido para suas vidas, porque este livro procurado e lido por tanta gente possui um segredo: “Deus quer falar ao nosso coração”.
Através de sua leitura, Jesus Cristo, plenitude da revelação divina, oferece luz e vida a todos. Chama-nos a viver segundo a vontade daquele que nos criou à sua imagem e semelhança.
A Bíblia é, sem dúvida, um tesouro de onde podemos tirar inspiração, força e orientação para nossa caminhada pessoal e comunitária.
A palavra de Deus nos ilumina e nos dá esperança de um mundo de fé, justiça e solidariedade.
Que a leitura da Sagrada Escritura seja nossa salvação e proteção, e que a divina luz do Espírito Santo acenda em nossa alma o amor, o perdão e a compreensão.


Lúcia e Rubson Eq.02B - N. S. das Graças
Ribeirão Preto-SP


Vocação: viver, amar e servir

Na vida cristã, vocação é um chamado de Deus, que nos convida, interpela e chama. A todo chamado cabe-nos dar uma resposta.
Importante relembrar que “Deus criou o homem à sua imagem: a imagem de Deus ele o Criou: e os criou Homem e Mulher” (Gn1). Deus nos quis, elegeu e nos deu a vida. Pelo nosso Batismo nascemos para Deus; confirma-se que estamos inseridos 
no   seu Plano da Criação e no seu infinito Amor.
Enviou-nos Jesus Cristo. E, apesar de sua divindade, quis que se fizesse humano. Ele faz a experiência de vida humana, divinizou-a pela sua divindade, e fazendo a vontade do Pai. Ensinou-nos a fazer o mesmo por meio de nossa fé, pela escuta da palavra, da oração e dos serviços que podemos prestar a Ele e aos outros.
Jesus nos revela: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). “Nos desígnios de Deus, cada homem é chamado a desenvolver-se, porque toda a vida é vocação” (João Paulo VI). Logo, a vida é nossa primeira vocação para caminharmos rumo à perfeição, a santidade e conquistarmos a vida eterna.
No batismo assumimos a vocação cristã, nos tornamos filhos e povo eleito de Deus, chamados por Jesus Cristo para sermos seus seguidores e testemunhas. Ele é o caminho e nos convoca a fazer o que Ele fez. Ele fez a vontade do Pai:
...Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”(Jo 4,34); “Eu vim não para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate em favor de muitos” (Mc 10,45); deu sua vida e ressuscitou por todos nós e nos deu o mandamento do amor: “Eu dou-vos um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês,  
vocês devem se amar uns aos outros” (Jo, 13,34).
Seguir Jesus Cristo, como membros de sua Igreja, é assumir a fé cristã e a vocação específica dentro do Plano de Deus, quais sejam: da Ordem, da Vida Consagrada, do Matrimônio, ou permanecer solteiro. Em cada uma das vocações, a mística é a mesma: Jesus Cristo é o centro, e é a partir d´Ele que tudo se realiza, porém diversos são os carismas e dons de quem nelas ingressam por opção.
Convoca-nos a viver a vida em comunidade, na comunhão e na fraternidade, caminhando à santidade e à perfeição com Ele e por Ele. Ele é a vida e o amor.
Nele nossa vida como vocação é a chama que não se apaga, e para isso nos dá como presente o Sacramento do Matrimônio, mediante o qual nos envolve com sua graça e amor, para que nós, casais cristãos, possamos vivenciar nossa vocação, 
que é constituir famílias estruturadas, amadas e felizes.
Nós equipistas optamos pelo Sacramento do Matrimônio para vivenciar dia a dia a espiritualidade conjugal, sendo cada cônjuge responsável pela santificação do outro e, juntos, responsáveis pela criação e a educação dos filhos na fé cristã, e testemunhando a vocação conjugal e familiar a todos os casais, especialmente aos casais em dificuldade e àqueles cujos valores não estão alicerçados no amor de Deus.
Além disso, os Temas de Estudo dos últimos anos e fortemente o deste ano nos levam à reflexão de que devemos estar preparados para participar nas atividades pastorais fora do Movimento, o que sinaliza a nossa vocação de casal equipista a serviço da evangelização, tais como: o acompanhamento de equipes jovens, preparação para o matrimônio, a participação na caminhada de casais jovens ou recémcasados, a assistência ou acompanhamento a casais em dificuldade, bem como dos divorciados recasados.
Portanto, amigos, vamos viver, amar e servir, oferecendo nossa vida conjugal como vocação ao Senhor, testemunhando o seu amor e nos colocando como operários de sua messe.
Rogamos a nossa mãe Maria que interceda por todos nós, para que sejamos iluminados pelo Espírito Santo e nos conceda a graça de assumir nossa vocação, sendo os protagonistas, apóstolos, discípulos e missionários, buscando fazer a Vontade de Deus e não a nossa.


Olga e Nei CR Província Centro-Oeste

A palavra se fez homem

Queridos irmãos:

Conta-se que certa filha visitava a mãe de tempos em tempos. Nessas visitas, a filha só falava, e a mãe só escutava; não tinha chance para dizer nada. Muito delicadamente, a mãe pediu à filha que não demorasse tanto em vê-la. E assim aconteceu. As visitas tornaram-se amiúde. Esse fato fez que a filha esgotasse todo seu repertório e, ao mesmo tempo,percebesse que estava perdendo a oportunidade de escutar os conselhos preciosos de sua mãe. A partir de então, a cada visita, mais e mais frequente, silenciava o coração e, com muita atenção e desejo, sentava-se aos pés da mãe para escutá-la.
Esta historieta nos fez imaginar-nos sentados aos pés de Cristo, repousando nossa cabeça sobre sua perna e, atentamente, escutando o que Ele tem a nos dizer. Afinal, a Palavra rompeu o silêncio, disse o nosso nome, deu um projeto à nossa vida (Cardeal Martini). Cabe, pois, ao homem escutá-La. “Nos tempos antigos, Deus falou de muitos modos por meio dos profetas. Nos períodos finais em que estamos, falou a nós por meio de seu Filho” (Hb 1.1). E quem nos pede para escutarmos a Palavra é a Mãe, o Pai, e o próprio Jesus:
A Mãe, certa da divindade do Filho, nos diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser!” (Jo 2,5). Ela sabe que, escutando-o, nos deixaremos seduzir. O Pai nos dá um conselho que encerra o segredo de toda a santidade com uma só palavra: Escutem-no!enquanto nos aponta o seu Filho bem amado (Mt 17,5). E Jesus, cercado de discípulos, afirma que quem escuta sua palavra e a põe em prática, constrói sua casa sobre a rocha (Mt 7,24).
O Filho é a palavra. E essa palavra vem até nós através da Bíblia. “Aí encontramos o Cristo preparado, anunciado, vindo para o meio de nós” (H.Caffarel).
Escutá-la é o mesmo que acolher o Cristo.
Amados equipistas, neste mês da Bíblia, sugerimos reforçar este Ponto Concreto de Esforço, que é a Escuta da Palavra, e deixar espaço para o silêncio da escuta,
 como sugeria Bonhoeffer:
Façamos silêncio antes de ouvir a Palavra, a fim de que nossos pensamentos 
estejam dirigidos para a Palavra.
Façamos silêncio depois da escuta da Palavra, porque ela ainda nos fala,
 vive e habita em nós.
Façamos silêncio só por amor à Palavra.
Unidos em oração
                                                                                                                                                                   
Cida e Raimundo 
CR Super-Região

“Tinham um só coração e uma só alma” (At 4,32)


O mês de setembro nos traz a expectativa das reuniões de interequipes ou equipes mistas. Trata-se de momento maravilhoso e privilegiado, pois temos a oportunidade de conhecer novos casais que partilham do mesmo carisma equipista. A troca de experiências enriquece cada vez mais a vida equipista. A vida de equipe é um meio concreto de ajudar os casais a caminhar para o Senhor e dar testemunho d´Ele.
Há muitos casais que, às vezes, estando com dificuldade no relacionamento ou por outros motivos, não querem participar da sua reunião de equipe para não tornar aparente a sua dificuldade. Os casais que insistem e vão assim mesmo, muitas vezes encontram respostas para as suas dificuldades e desentendimentos, justamente na reunião de Equipe; é a ação de Deus.
Dizia o Pe. Caffarel: “Onde se podem formar essas testemunhas de Cristo, esses santos dos tempos modernos, chamados a afrontar semelhantes riscos? Em suas paróquias, nos seus movimentos, de Ação Católica, nos retiros, na direção de consciência... Do mesmo modo que os eremitas sentiram bem depressa a necessidade do ambiente e da amizade fraternal dos mosteiros, assim também os cristãos casados têm necessidade de não ficar isolados para o duro combate da santidade, e precisam de uma formação espiritual ao seu estado cristão de vida” (O Amor e a Graça).
Por isso, formamos equipes (comunidades de casais) para nos entreajudarmos a atingir o nosso ideal. É assim que, ao longo dos seus mais de sessenta anos de história, as Equipes têm dado provas de uma grande capacidade para formar casais cristãos à luz do Evangelho. Assim, as Equipes são autênticas comunidades de fé. “Na sua reunião de equipe vocês vão encontrar o Cristo que está aí presente, conforme o prometeu; e, por sua vez, o Cristo dá-lhes o Espírito. E o Cristo, pelo Espírito, leva-os a voltarem-se para o Pai, para cantar o louvor do Pai e para orar por todos os irmãos” (Pe. Caffarel).

Um abraço com carinho.
No Coração de Jesus,
Pe. Miguel Batista, SCJ.
SCE da Super-Região Brasil


REFLITAM

O Barulho da Carroça


Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio
no bosque e eu aceitei com prazer. 

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno
silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais
alguma coisa? 
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: 

- Estou ouvindo um barulho de carroça. 

- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia ... 
Perguntei ao meu pai: 

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos? 

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo,
tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

>>>ORAÇÃO PODEROSA DE SÃO BENTO<<<

A CRUZ SAGRADA SEJA MINHA LUZ
NÃO SEJA O DRAGÃO MEU GUIA
RETIRA-TE SATANÁS
NUNCA ME ACONSE-LHES COISAS VÃS
É MAL O QUE TU ME OFERECES
BEBE TU MESMO DO TEU VENENO!!!

>>>EM LATIM<<<

CRUX SACRA SIT MIHI LUX
NON DRACO SIT MIHI DUX
VADE RETRO SÁTANA
NUNQUAM SUADE MIHI VANA
SUNT MALA QUAE LIBAS
IPSE VENENA BIBAS!!!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A PALAVRA DO PAPA

Como agir com os casais em segunda união?

Durante a sua permanência em Milão por ocasião da Jornada Mundial das Famílias, no início de 
junho, o Papa Bento XVI respondeu a várias perguntas. 
Uma delas lhe foi dirigida pelo casal Marta/Manoel, de Porto Alegre.
Santidade, no nosso Brasil, como, aliás, no resto do mundo, continuam a aumentar as falências matrimoniais. Chamo-me Maria Marta, ele é Manoel Ângelo. Estamos casados   há 34 anos e já somos avós. Na qualidade de médico e psicoterapeuta familiares, encontramos muitas 
famílias, notando nos confl itos de casal uma dificuldade mais acentuada de perdoar e de aceitar o perdão, mas em vários casos constatamos o desejo e a vontade de construir uma nova união, algo duradouro, mesmo para os fi lhos que nascem da nova união. Alguns destes casais re-casados teriam vontade de aproximar-se da Igreja, mas, quando vêm negar-lhes os sacramentos, a 
sua decepção é grande. Sentem-se excluídos, marcados por um juízo sem apelo. Estas grandes penas magoam profundamente aqueles que nelas estão envolvidos; são lacerações que se tornam também parte do mundo, são feridas também nossas e da humanidade inteira .  Santo Padre, 
sabemos que a Igreja leva no seu coração e s t a s situações e estas pessoas:
 que palavras e que sinais de esperança lhes podemos dar?

Bento XVI: 

Queridos amigos, obrigado pelo vosso trabalho de psicoterapeutas a favor das famílias, muito necessário. Obrigado por tudo o que fazeis para ajudar estas pessoas que sofrem. 
Na verdade, este problema dos re-casados   é um dos grandes sofrimentos da Igreja atual. E não temos 
receitas simples. O sofrimento é grande. Podemos apenas animar as paróquias e seus agentes a ajudar 
estas pessoas a suportarem o sofrimento desta situação. Primeiramente, é muito importante a prevenção, isto é, encarar o namoro desde o início com uma decisão séria e amadurecida. Em seguida, durante o matrimônio, seguir as famílias, de modo que nunca se sintam sozinhas, mas realmente acompanhadas no seu caminho. Quanto a estas pessoas, devemos dizer que a Igreja as ama, mas elas devem ver e sentir este amor. Considero grande tarefa da paróquia, da comunidade 
católica, fazer todo o possível para que elas sintam que são amadas, acolhidas, que não estão “fora”, apesar de não poderem receber a absolvição e a comunhão: devem ver que, mesmo assim, vivem plenamente na Igreja. Mesmo se não é possível a absolvição na confissão, não deixa de ser muito importante um contacto permanente com um sacerdote, com um diretor espiritual, para que 
possam ver que são acompanhadas, guiadas. Além disso, é também muito importante que 
sintam que a Eucaristia é verdadeira e participam nela se realmente entram em comunhão com o Corpo 
de Cristo. Mesmo sem a recepção “corporal” do sacramento, podemos estar espiritualmente 
unidos a Cristo no seu Corpo. É importante fazer compreender isto. Oxalá encontrem a possibilidade real de viver uma vida de fé, com a Palavra de Deus, com a comunhão da Igreja, e possam ver que o 
seu sofrimento é um dom para a Igreja, porque, deste modo, estão a serviço de todos, inclusive para 
defender a estabilidade do amor, do matrimônio; e que este sofrimento não é só um tormento físico e psíquico, mas também um sofrer na comunidade da Igreja pelos grandes valores da nossa fé. Penso que o seu sofrimento, se realmente aceito interiormente, seja um dom para a 
Igreja. Devem saber que precisamente assim servem a Igreja, estão no coração da Igreja

A Palavra do Papa


O casamento é para sempre?


Durante o encontro mundial das famílias, em Milão, no início de junho, o Papa Bento XVI respondeu a 
uma pergunta sobre o “até que a morte nos separe”...Santidade, somos Fara e Serge, e vimos de 
Madagáscar. Iniciamos o noivado há quatro anos. Os modelos de família que predominam no Ocidente não nos convencem, mas estamos cientes de que também muitas tradições da África precisam ser superadas. Sentimo-nos feitos um para o outro; por isso, queremos casar e construir um futuro juntos. Queremos também que cada aspecto  da nossa vida seja orientado pelos valores do Evangelho. 
Mas, falando de matrimônio, há uma palavra que, mais do que qualquer outra, 
nos atrai e, ao mesmo tempo, nos assusta: o “para sempre”...
Caros amigos, contem com a minha oração neste caminho do noivado. Espero que possam criar, com os valores do Evangelho, uma família “para sempre”. 
Vocês aludem a diversos tipos de casamento. Mesmo na Europa – verdade seja dita –, até o século XIX, predominava um modelo de casamento diferente do atual: muitas vezes, o casamento era, na realidade, um contrato entre clãs, no qual se procurava manter o clã, abri-lo ao futuro, defender 
as propriedades, etc. A escolha dos noivos era feita pelo clã, esperando que as coisas funcionassem um com o outro. Em parte, sucedia assim também em nossos países; lembro-me de uma cidadezinha, onde eu estudava, em que as coisas ainda se passavam em grande parte desta maneira.Entretanto, com o século XIX, chega a emancipação do indivíduo, a liberdade da pessoa, e o casamento já não 
se baseia na vontade alheia, mas na própria escolha; começa-se pelo namoro, passa-se ao noivado e, depois, vai-se ao casamento. Naquele tempo, estávamos todos convencidos de que este fosse o único modelo certo, e que o amor, por si mesmo, garantisse o “para sempre”, já que o amor é absoluto, 
quer tudo e, consequentemente, também a totalidade do tempo: é “para sempre”. 
Infelizmente, a realidade não é bem assim! O enamorar-se é lindo, mas, talvez, não sempre perpétuo, tal 
como o sentimento, que não dura para sempre. Vê-se, pois, que a passagem do namoro ao noivado e, depois, ao casamento requer várias decisões, experiências interiores. Como disse, o sentimento do amor é lindo, mas deve ser purificado, deve seguir por um caminho de discernimento, isto é, devem entrar também a razão e a vontade; devem unir-se razão, sentimento e vontade. 
No rito do matrimônio, a Igreja não pergunta: «Você está enamorado?» Mas:  «Você quer?»,  «Você está decidido?». Ou seja: o enamorar-se deve se transformar num amor verdadeiro, que envolva a vontade e a razão num caminho – o caminho do noivado – de purificação, de maior profundidade, de modo que o homem inteiro, com todas as suas capacidades, com o discernimento da razão e a força da 
vontade, possa dizer: «Sim, esta é a minha vida». Penso muitas vezes nas bodas de Caná. O primeiro 
vinho deixou os noivos muito felizes: é o enamorar-se. Mas não dura até ao fim: deve aparecer um segundo vinho, isto é, deve crescer, amadurecer. Um amor definitivo, que se torne realmente “segundo vinho”, é mais lindo, é melhor do que o primeiro vinho. E é isto que devemos procurar. Para isso, é 
importante que o “eu” não fi que isolado, “eu” e “você”, mas que sejam envolvidos também a comunidade paroquial, a Igreja, os amigos. Tudo isto – a personalização plena e justa, a comunhão de vida com os outros, com as famílias que se apoiam umas às outras – é muito importante, e só assim, neste envolvimento da comunidade, dos amigos, da Igreja, da fé, do próprio Deus, é que cresce o vinho 
que dura para sempre


Um intruso na família

Opiniões que fazem opinião
Diante da derrocada dos valores familiares humanos 
e cristãos, pareceu-me interessante a seguinte crônica.
Alguns anos depois que nasci, meu pai conheceu uma 
estranha, recém-chegada à nossa pequena cidade. Desde o 
princípio, meu pai fi cou fascinado com esta encantadora 
personagem e, em seguida, a convidou a viver com nossa 
família. A estranha aceitou e desde então tem estado 
conosco. Um intruso simpático e maldoso, sem cerimônia.
Intrigante o lugar que ela ocupou em nossa 
família. Meus pais tentavam nos dar boa educação. 
Minha mãe nos ensinou o que era bom e o que era mau, 
e meu pai a obedecer. Eles nos transmitiam valores éticos. 
Ensinavam-nos a rezar. Mas eles eram apenas instrutores 
complementares, porque a estranha intrometida era nossa 
verdadeira educadora. Mantinha-nos enfeitiçados por 
horas. Ela falava sobre todos os assuntos: política, esportes, 
história, ciência, família e comportamentos. Fascinante, 
fazia-nos rir e chorar. Ela misturava coisas boas às ruins, 
como fazem todos os promotores do mal. Ela tirou a oração 
da nossa casa. Destruiu também a conversa, o diálogo 
sadio da família. Ela ensinou charmosamente que o namoro 
indecente, o adultério, o ódio, a vingança, a violência eram 
coisas normais. A estranha nunca parava de falar, mas o 
meu pai não se importava. Às vezes, minha mãe dormia e 
se levantava cedo, enquanto o resto de nós fi cava escutando 
a intrusa até tarde. Ela divertia, mas nos estressava. 
Meu pai dirigia nosso lar com certas convicções 
morais, mas a estranha nunca se sentia obrigada a honrá-
las. Aliás, o que era a normativa dela era o dinheiro e não 
a ética. As blasfêmias, os palavrões, por exemplo, não 
eram permitidos em nossa casa. Entretanto, nossa visitante 
de longo prazo, usava sem problemas sua linguagem 
inapropriada que, às vezes, queimava meus ouvidos, fazia 
meu pai se retorcer e minha mãe se envergonhar. Pelo 
menos, no começo. Meu pai nunca nos deu permissão para 
tomar álcool. Mas a estranha nos animou a tentá-lo e a 
fazê-lo regularmente. Falava livremente sobre sexo. Seus 
comentários eram, às vezes, evidentes, outras sugestivos, e 
geralmente vergonhosos.
Agora sei que meus conceitos sobre relações foram 
infl uenciados fortemente durante minha adolescência pela 
estranha intrusa. Repetidas vezes a criticaram, mas ela 
nunca fez caso dos valores de meus pais; mesmo assim, 
permaneceu em nosso lar. Passaram-se mais de cinquenta 
anos desde que ela veio para nossa casa. Ela mudou de 
roupa e penteado. Mas continua a formar conceitos, a 
destruir a união das famílias, a ensinar moral não cristã e 
permissiva. Ela (de)forma os jovens, entretém os adultos e 
é babá corruptora das crianças.
Seu nome? Nós a chamamos de Televisão... Agora 
ela tem um marido, que se chama Computador; seus fi lhos 
são o Tablet, o iPad, e um fi lho adotivo, o Celular...
Aparelhos, digo eu, úteis se 
bem utilizados; são perniciosos quando 
sem controle, criando dependência, 
destruidores do diálogo sadio e 
verdadeiros veículos de lixo. 

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica
Pessoal São João Maria Vianney